sábado, 15 de fevereiro de 2020

Saturado

Tenho-me sobre discórdia pessoal todas as escolhas que fiz. 

     Todas as escolhas, essas, que tornaram essa pessoa que todos veem diariamente e perguntam se está bem de verdade, pela expressão facial. Diga-se de passagem: essa pessoa está bem. Faz sua rotina como uma pessoa dedicada e obediente, indo trabalhar, treinar e estudar alguma língua estrangeira. Não é como se ela necessariamente gostasse disso tudo, mas é o que a mantém viva e socialmente alguém, pois no fundo ela se sente desanimada. Essa pessoa segue sua vida apenas respirando, pois na realidade gostaria de deitar na sua cama e não existir socialmente, vivendo sobre pesadelos fictícios longe dos pesadelos reais. Quais são os pesadelos reais que seguem sua rotina diária?
     Não é tão difícil adivinhar, afinal, muitos entenderiam o que eu quero dizer. Intolerância no trabalho, falta de amor próprio, ansiedade sobre seu futuro, incerteza sobre suas escolhas em pressão, problemas financeiros, pessoas que na realidade mais te trazem negatividades e reclamações do que comentários positivos, entre outros muitos pontos. Mas não é como se eu quisesse apenas reclamar, afinal nada disso vai mudar, porém é sempre bom colocar os pontos nos is. Eis o motivo de todos os seus pesadelos vivenciais, enquanto consequência, seus pesadelos fictícios. No fundo não queremos mesmo acordar e ir seguir nossa rotina, mas devemos e faremos, se não morreremos fisicamente.
     Tenho um medo: não conseguir explicar o que eu realmente sinto e viver nesse limbo pessoal pelo resto da vida. Nunca tive tanto medo, também, de tomar decisões extremas e soltar meu demônio interior por não aguentar mais essa pressão. A pressão te faz mudar, te faz concretizar, te faz lutar e te faz magoar outras pessoas. Talvez, essa última parte seja uma excessão, pois nunca queremos tornar naquela pessoa aquilo que nós já recebemos tanto, não é mesmo? Amor ao próximo como a ti mesmo. Acontece, que eu não me amo tanto assim.




     Sobre as escolhas mencionadas no início do texto, faz-se sobre as melhores condições e razões, pois logicamente se preza sobre as consequências. As consequências sobre nossas escolhas têm que ser boas, isso é saúde psicológica e física. Porém as vezes escolhemos ficar calados, pensando que deixar a bola de neve descer a ladeira é melhor e mais saudável ao nosso psicológico. Traduzindo: não lutar. Talvez parcialmente a própria depressão torne-me tão passível dessas situações, não fazendo nada e deixando as pressões me meterem no buraco. Essas coisas rotineiras andam me deixando tão doente, e nem mesmo faço nada a respeito.


Sou passivo sobre absolutamente tudo, e enquanto isso, revejo se eu realmente me amo.

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